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terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Será que Charles Taze Russell era racista? (Parte 2)




Será que Charles Taze Russell era racista? (Parte 2)

Imagem relacionadaO artigo publicado em A Torre de Vigia de 1º de outubro de 1900, R2706* página 296 , intitulado: “Pode a Restituição mudar a pele do etíope?” tem sido usado como uma das supostas “provas” de que o Pastor Russell era racista.

Apresentamos, na íntegra, o artigo traduzido:

SERÁ QUE A RESTITUIÇÃO PODE MUDAR A PELE DO ETÍOPE?

O abaixo, de autoria do New York World, é o terceiro caso que vemos relatado. Isso sugere e ilustra o processo de restituição que ocorrerá em breve. Lemos assim:

“ELE GRADUALMENTE MUDOU DE PRETO PARA BRANCO.”

“PARKERSBURG, W. VA., 8 de set. – O destino reservou ao Rev. Wm. H. Draper, pastor da Igreja Logan Memorial, da Conferência de Washington, Igreja A.M.E., desta cidade, fornecer uma resposta viva e afirmativa à famosa pergunta Bíblica: “Porventura pode o etíope mudar a sua pele?” Embora tenha sido negro como carvão, o Rev. Sr. Draper agora é branco. Os conhecidos dele dizem que sua cor mudou em resposta a uma oração. Muitos anos atrás Draper era empregado de um homem de pele clara, e em diversas ocasiões ouviu-se ele dizer que se tão-somente fosse branco como seu patrão ele seria feliz. Enquanto estava trabalhando para esse homem branco, Draper ‘experimentou’ religião.

“Daquele dia em diante ele orou fervorosa e constantemente para que se tornasse branco. Trinta anos atrás, sua oração começou a ser respondida. Ele inicialmente passou a sentir um formigamento no rosto e, ao olhar de perto, encontrou alguns pontinhos brancos não muito maiores que a ponta de um alfinete. Ele ficou preocupado, achando que tinha alguma doença incomum, mas não sofreu, e, além da sensação de formigamento, não sentiu nada mais diferente. Os pontos brancos foram gradualmente aumentando, até que agora, depois de as mudanças estarem em andamento por trinta anos, Draper já não possui nenhum ponto negro em seu corpo.

“Muitos anos atrás, antes dessa estranha metamorfose ocorrer, o Sr. Draper era responsável pela mesma igreja que cuida hoje. Ele era muito querido pelo rebanho e, quando partiu, deixou muita tristeza. Quando recentemente retornou a Parkersburg, os membros da igreja ficaram muito contentes pois seu pastor favorito estava voltando. Quando, contudo, Draper apareceu no púlpito no primeiro domingo, nenhum membro o reconheceu. De fato, isso foi tudo o que podia fazer para convencê-los de que ele, um homem branco, era o mesmo velho pregador negro de anos atrás.”

Muitos usam trechos desse artigo para provar que Russell disse essas coisas e era racista. Mas considere o seguinte:

  • Nada ali escrito eram palavras do próprio Russell. Ele citou um artigo do jornal New York World, que, por sua vez, conta a história e desejo pessoal de um Pastor Batista!
  • Russell não achava que Adão e Eva eram totalmente brancos:

“Podemos supor que eles não eram nem brancos como alguns de nós, nem escuros como os negros, mas morenos, fulvos. Se isso for verdade, a brancura extrema de alguns povos não deve ser considerada o padrão original, mas um desvio para um dos lados, assim como o negro e outros seriam desvios para o outro lado.” - A Torre de Vigia, 15 de julho de 1902.

  • Segundo Russell (e ele não era dogmático sobre isso), na Restituição as pessoas poderiam voltar a ter uma cor de pele semelhante a de nossos primeiros pais, Adão e Eva.
  • Digno de nota também é o fato de que o próprio Russell não era moreno (a suposta cor original), e sim consideravelmente branco.

Muitas outras supostas provas de que Russell era racista são semelhantes a esse fato, são mentiras usadas por pessoas mal intencionadas tirando palavras do contexto e interpretando a seu bel-prazer.  

Provas de que Russell não era racista são bem claras e abundantes. A título de exemplo, em seu artigo “A Nova Vida em Cristo” (The New Life in Christ), publicado em A Torre de Vigia de 1º de junho de 1899 (R2481, pág. 141), Russell escreveu:

“E o Apóstolo então nos mostra que nessa nova condição, quais membros do corpo de Cristo, devemos nos lembrar que as anteriores diferenças dos homens devem ser ignoradas, pois quem quer que tenha sido aceito pelo Senhor como membro de seu corpo é co-membro de todos os demais que assim foram aceitos — não importando se, de acordo com a carne, eram gregos ou judeus, circuncisos ou incircuncisos, bárbaros ou citas, escravos ou homens livres; pois todos os que vieram a estar em Cristo são considerados como mortos para sua condição anterior, e vivos para as novas condições, as quais são vida para todos. Assim, um escravo que está sendo liberto está morto para com sua anterior escravidão, e pode-se dizer que, figurativamente, começou uma nova vida. Do mesmo modo, um cidadão pode renunciar sua lealdade à pátria de nascimento e jurar lealdade a um novo país, tornando-se um cidadão deste e, portanto, ser considerado como que morto pela nação da qual era cidadão por nascimento, e tornar-se vivo como cidadão da nova nação na qual foi aceito. Assim se dá com todos os que estão em Cristo: eles podem ter sido galeses, hispânicos, bretões ou gauleses, negros ou brancos, índios ou malaios, mas assim que são aceitos pelo Senhor quais novas criaturas através da fé e da consagração, eles devem considerar a si mesmos como mortos para com seus anteriores relacionamentos e obrigações, e como tendo entrado em novas condições quais cidadãos do Reino Celestial, reconhecidos como herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo.

Isso não significa, contudo, que o homem branco se tornará um homem negro, ou o homem negro se tornará um homem branco; não necessariamente significa também uma mudança de idioma, nem uma revolução em todos os gostos e peculiaridades de onde se nasceu; nem significa que haverá um pleno livramento, de acordo com a carne, das obrigações do país onde nascemos, nem sugere que não devamos nos submeter aos poderes existentes, exceto quando suas exigências forem contrárias às ordens de nosso Rei; nem sugere que devemos ignorar as diferenças de sexo e as peculiaridades de cada gênero, as quais, de acordo com as Escrituras, deverão continuar e ser mantidas durante a era atual. O que se indica, contudo, é que ao pensarmos uns dos outros como novas criaturas em Cristo todos devem ser considerados como estando no mesmo plano ou nível comum — ninguém deve deixar de ser estimado como “irmão” por causa de sua cor, idioma ou sexo.”

Diante do exposto, fica claro que qualquer afirmação de que Charles Taze Russel era racista, não passa apenas de mentiras semelhantes ao exemplo citado.

*(R=Reimpressões, ou seja, volumes encadernados de A Torre de Vigia reimpressos.)

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