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quinta-feira, 26 de junho de 2014

As Plêiades

As Plêiades


As Plêiades


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 Uma "acusação" notavelmente rebuscada, é que as Testemunhas de Jeová ensinaram no passado que Jeová residia na constelação das Plêiades. Consideremos o assunto.
Conforme sabemos bem, no livro Proclamadores, Russell cria que a Grande Pirâmide de Gizé corroborava períodos bíblicos, e que Isaías 19:19, 20 aludia a ela. Ainda que pessoalmente parecia estar convicto, não o considerava um dos ensinos fundamentais que todos os cristãos deviam aceitar (A Sentinela de 15 de novembro de 1928 explicou que a Pirâmide tem relação com a religião falsa e que Isaías 19:19, 20 falava em sentido figurativo). Bem, pois no terceiro volume de Estudos das Escrituras, no capítulo 10, Russell citou à pessoa da que, ao que parece, herdou suas ideias com respeito à Pirâmide, o reverendo Joseph Seiss, que escreveu:
“A ciência terminou por descobrir que o Sol não é um centro morto, estacionário, ao redor do qual giram os planetas. Demonstrou-se que o mesmo Sol está em movimento ao redor de outro centro de atração consideravelmente mais poderoso, arrastando com ele por todo o espaço toda seu esplêndida corte de cometas e planetas com seus satélites. Os astrônomos não se puseram ainda de acordo sobre onde está este centro de atração nem sobre sua situação no espaço. Não obstante alguns de entre eles creem ter encontrado a direção deste centro que estaria nas Plêiades e particularmente em Alcyón, a estrela central desta famosa constelação. A honra de ter feito esta descoberta se lhe concedeu ao distinto astrônomo alemão, o professor J.H. Maedler. Alcyón, portanto até onde a ciência é capaz de ver parece ser o "trono da meia-noite" e compreenderia a sede central de todo o sistema gravitatório e desde o qual o Todo-Poderoso governaria seu Universo. Corresponde com este fato maravilhoso o que na data da construção da Grande Pirâmide, na meia-noite do equinócio de Outono tal como se conserva nas tradições de muitos povos [nesta data é realmente quando começa no ano, dez dias antes do Dia da Expiação começava o ano judaico tal como mostra o volume dois de "Estudos das Escrituras"], as Plêiades se encontravam sobre o meridiano desta Pirâmide com Alcyón precisamente sobre esta linha".
(Algumas fontes costumam citar erroneamente estas palavras como se fossem de Russell, mas são de Seiss; o único que adiciona Russell é o que vem entre colchetes).
O ensino pelo que se pergunta se pode extrair deste parágrafo: a cúspide da Pirâmide assinalava em direção às Plêiades, onde na Antiguidade se encontrava o centro da galáxia. Já que no século XIX se cria que o centro de nossa galáxia era o centro do Universo e já que a Pirâmide parecia assinalar em sua direção, Russell pensava que era possível que Jeová residisse ali. Não tem absolutamente nada que ver com a astrologia; a postura sobre a astrologia e a adivinhação foi sempre a mesma entre as Testemunhas de Jeová. Simplesmente, os cientistas criam que toda a matéria do Universo girava em torno de um centro, e Russell considerava razoável pensar que Jeová o controlava todo desde aquele lugar. Isto estava em harmonia com sua crença de que Deus não está em todas partes, senão que tem um corpo espiritual e reside num lugar concreto do Universo.
Isto também não se considerava um ensino fundamental, mas mostra quão real era Jeová para os primeiros Estudantes da Bíblia. Trinta e sete anos depois, em 1928, o livro Reconciliação fez uma breve menção em sua página 14 deste mesmo assunto. Quando no final de 1928 se compreendeu melhor o assunto da Grande Pirâmide, foi-se abandonando esta ideia com respeito às Plêiades. Em A Sentinela de 15 de novembro de 1953, explicou-se de forma específica por que não há nenhum fundamento bíblico para essa crença. Hoje sabemos que os céus bíblicos são uma região espiritual, e provavelmente não têm nada que ver com o universo físico. Mas seguimos convencidos de que Deus é uma pessoa real, com um corpo, e que ocupa um lugar concreto desde onde vê e o controla todo.

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