Será que Charles Taze Russell era racista? (Parte
2)
O artigo publicado em A Torre de Vigia de 1º de
outubro de 1900, R2706* página 296 , intitulado: “Pode a Restituição mudar a
pele do etíope?” tem sido usado como uma das supostas “provas” de que o Pastor
Russell era racista.
Apresentamos, na íntegra, o artigo traduzido:
SERÁ QUE A
RESTITUIÇÃO PODE MUDAR A PELE DO ETÍOPE?
O abaixo, de autoria do New York
World, é o terceiro caso que vemos relatado. Isso sugere e ilustra o
processo de restituição que ocorrerá em breve. Lemos assim:
“ELE GRADUALMENTE MUDOU DE PRETO PARA BRANCO.”
“PARKERSBURG, W. VA., 8 de set. – O destino reservou ao Rev. Wm. H.
Draper, pastor da Igreja Logan Memorial, da Conferência de Washington, Igreja
A.M.E., desta cidade, fornecer uma resposta viva e afirmativa à famosa pergunta
Bíblica: “Porventura pode o etíope mudar a sua pele?” Embora tenha sido negro
como carvão, o Rev. Sr. Draper agora é branco. Os conhecidos dele dizem que sua
cor mudou em resposta a uma oração. Muitos anos atrás Draper era empregado de
um homem de pele clara, e em diversas ocasiões ouviu-se ele dizer que se
tão-somente fosse branco como seu patrão ele seria feliz. Enquanto estava
trabalhando para esse homem branco, Draper ‘experimentou’ religião.
“Daquele dia em diante ele orou fervorosa e constantemente para que se
tornasse branco. Trinta anos atrás, sua oração começou a ser respondida. Ele
inicialmente passou a sentir um formigamento no rosto e, ao olhar de perto,
encontrou alguns pontinhos brancos não muito maiores que a ponta de um
alfinete. Ele ficou preocupado, achando que tinha alguma doença incomum, mas
não sofreu, e, além da sensação de formigamento, não sentiu nada mais
diferente. Os pontos brancos foram gradualmente aumentando, até que agora,
depois de as mudanças estarem em andamento por trinta anos, Draper já não
possui nenhum ponto negro em seu corpo.
“Muitos anos atrás, antes dessa estranha metamorfose ocorrer, o Sr.
Draper era responsável pela mesma igreja que cuida hoje. Ele era muito querido
pelo rebanho e, quando partiu, deixou muita tristeza. Quando recentemente
retornou a Parkersburg, os membros da igreja ficaram muito contentes pois seu
pastor favorito estava voltando. Quando, contudo, Draper apareceu no púlpito no
primeiro domingo, nenhum membro o reconheceu. De fato, isso foi tudo o que
podia fazer para convencê-los de que ele, um homem branco, era o mesmo velho
pregador negro de anos atrás.”
Muitos usam trechos desse artigo para provar
que Russell disse essas coisas e era racista. Mas considere o seguinte:
- Nada ali escrito eram palavras do próprio Russell. Ele
citou um artigo do jornal New York World, que, por
sua vez, conta a história e desejo pessoal de um Pastor
Batista!
- Russell não achava que Adão e Eva eram totalmente
brancos:
“Podemos supor que eles não eram nem brancos como alguns de nós, nem
escuros como os negros, mas morenos, fulvos. Se isso for verdade, a brancura
extrema de alguns povos não deve ser considerada o padrão original, mas um
desvio para um dos lados, assim como o negro e outros seriam desvios para o
outro lado.” - A Torre de Vigia, 15 de
julho de 1902.
- Segundo Russell (e ele não era dogmático sobre isso), na
Restituição as pessoas poderiam voltar a ter uma cor de pele semelhante a
de nossos primeiros pais, Adão e Eva.
- Digno de nota também é o fato de que o próprio Russell
não era moreno (a suposta cor original), e sim consideravelmente branco.
Muitas outras supostas provas de que Russell
era racista são semelhantes a esse fato, são mentiras usadas por pessoas mal
intencionadas tirando palavras do contexto e interpretando a seu bel-prazer.
Provas de que Russell não era racista são
bem claras e abundantes. A título de exemplo, em seu artigo “A Nova Vida em
Cristo” (The New Life in Christ), publicado em A Torre de Vigia de
1º de junho de 1899 (R2481, pág. 141), Russell escreveu:
“E o Apóstolo então nos mostra que nessa nova condição, quais membros do
corpo de Cristo, devemos nos lembrar que as anteriores diferenças dos homens
devem ser ignoradas, pois quem quer que tenha sido aceito pelo Senhor como
membro de seu corpo é co-membro de todos os demais que assim foram aceitos —
não importando se, de acordo com a carne, eram gregos ou judeus, circuncisos ou
incircuncisos, bárbaros ou citas, escravos ou homens livres; pois todos os que
vieram a estar em Cristo são considerados como mortos para sua condição
anterior, e vivos para as novas condições, as quais são vida para todos. Assim,
um escravo que está sendo liberto está morto para com sua anterior escravidão,
e pode-se dizer que, figurativamente, começou uma nova vida. Do mesmo modo, um
cidadão pode renunciar sua lealdade à pátria de nascimento e jurar
lealdade a um novo país, tornando-se um cidadão deste e, portanto, ser
considerado como que morto pela nação da qual era cidadão por nascimento, e
tornar-se vivo como cidadão da nova nação na qual foi aceito. Assim se dá
com todos os que estão em Cristo: eles podem ter sido galeses, hispânicos,
bretões ou gauleses, negros ou brancos, índios ou malaios, mas
assim que são aceitos pelo Senhor quais novas criaturas através da fé e da
consagração, eles devem considerar a si mesmos como mortos para com
seus anteriores relacionamentos e obrigações, e como tendo entrado em
novas condições quais cidadãos do Reino Celestial, reconhecidos como herdeiros
de Deus e coerdeiros de Cristo.
Isso não significa, contudo, que o homem branco se tornará um homem
negro, ou o homem negro se tornará um homem branco; não
necessariamente significa também uma mudança de idioma, nem uma revolução em
todos os gostos e peculiaridades de onde se nasceu; nem significa que
haverá um pleno livramento, de acordo com a carne, das obrigações do país onde
nascemos, nem sugere que não devamos nos submeter aos poderes existentes,
exceto quando suas exigências forem contrárias às ordens de nosso Rei; nem
sugere que devemos ignorar as diferenças de sexo e as peculiaridades de cada
gênero, as quais, de acordo com as Escrituras, deverão continuar e ser mantidas
durante a era atual. O que se indica, contudo, é que ao pensarmos uns dos
outros como novas criaturas em Cristo todos devem ser considerados como
estando no mesmo plano ou nível comum — ninguém deve deixar de ser estimado
como “irmão” por causa de sua cor, idioma ou sexo.”
Diante do exposto, fica claro que qualquer
afirmação de que Charles Taze Russel era racista, não passa apenas de mentiras
semelhantes ao exemplo citado.
*(R=Reimpressões, ou seja, volumes encadernados de A Torre de Vigia reimpressos.)
*(R=Reimpressões, ou seja, volumes encadernados de A Torre de Vigia reimpressos.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário