Apenas o “Escravo
Fiel e Prudente” tem o direito de estudar e interpretar a Bíblia?
É comum os opositores levantarem a
afirmação de que as Testemunhas de Jeová não podem fazer suas próprias
pesquisas bíblicas, pois têm de esperar apenas pelas provisões que o Escravo
Fiel e Prudente (corpo governante) publica. Dessa forma, as Testemunhas de
Jeová não podem buscar com diligência as coisas profundas e nem investigar
biblicamente algo contrário aos ensinos, pois devem esperar tudo pronto e
acabado, transmitidos por aqueles que tomam a dianteira na obra mundial. Será
isso verdade?
No
momento, o Escravo Fiel e Prudente é formado por sete membros: Anthony Morris
III, David Splane, Geoffrey Jackson, Gerrit Lösch, Mark Sanderson, Samuel Herd
e Stephen Lett. Eles têm a função de supervisionar e administrar a obra das
testemunhas de Jeová em toda a Terra, isso inclui: publicações, reuniões e
escolas das Testemunhas de Jeová, obra de pregação, donativos, etc..
Apesar de serem chamados de “corpo governante”,
tornam-se quais escravos do seu amo. (Mateus 24:45-47; 1 Coríntios 11:3;
Efésios 5:23.) E seguem o modelo deixado pelos “apóstolos e os anciãos” em
Jerusalém no primeiro século, que tomavam as mais importantes decisões sobre a
recém formada congregação cristã. (Atos 15:2) Igual ao primeiro século eles
chegam a decisões unânimes por se sujeitarem às Escrituras e à influência do
espírito de Deus. (Atos 15:25)
No
entanto, com o passar do tempo as Testemunhas de Jeová tiveram que fazer
ajustes em alguns entendimentos. Para chegar a um entendimento mais claro das
escrituras é necessário que a luz da verdade clareie aos poucos, até ficar visivelmente
iluminado. (Provérbios: 4:18). Mas, uma vez que existem apenas sete membros que
tomam a dianteira, nenhuma das mais de 8 milhões de Testemunhas de Jeová podem chegar
a um entendimento mais claro sobre determinado assunto, ficando assim o
entendimento restrito apenas ao corpo governante?
É
fato que indivíduos chegaram a discernir certas verdades antes de as mesmas se
tornarem reconhecidas pela inteira parte terrestre da organização de Jeová. Podemos
citar os exemplos sobre a questão da neutralidade (Despertai 22/09/87 &17) e
o da compreensão quanto a identidade das autoridades superiores de Romanos
13:1. (A Sentinela 15/05/95 &4-5) Sabe-se também que alguns que em decorrência
disso, desligaram-se da congregação das Testemunhas de Jeová. Tinham elas razão
nisso? Bem, ao passo que talvez tivessem razão quanto ao entendimento de certos
assuntos, não se pode dizer o mesmo das ações que tomaram. Afinal de contas,
onde estão hoje? Pregam as boas novas do reino em obediência a Jesus? (Mateus
28:19,20) Santificam o nome de Jeová? (Mateus 6:9,10) A resposta é clara: não!
E por quê? “Saíram do nosso meio, mais não eram dos nossos, pois se fossem dos
nossos, teriam permanecido conosco.” (1 João 2:19) Não tiveram a atitude dos
apóstolos de Jesus que em certa ocasião quando não compreenderem certo ensino
do mestre, admitiram candidamente: “Senhor para quem iremos? O Senhor tem
declarações de vida eterna.” (João 6:48-70; Zacarias 8:23) O que se deve fazer? A Sentinela de 1
de dezembro de 1982, páginas 15-16, responde:
Às
vezes, alguns trazem à atenção da classe do “escravo” diversos assuntos
doutrinais ou organizacionais que acham que deveriam ser revisados. Certamente
são apropriadas as sugestões para melhora, assim como o são as perguntas para
se obter esclarecimento. Um exemplo disso foi quando Paulo, Barnabé e outros
foram enviados a ‘subir até os apóstolos e anciãos em Jerusalém’ com respeito à
circuncisão. Quando aqueles anciãos de Jerusalém decidiram a questão, sob a
orientação do espírito santo, enviaram então irmãos a diversas cidades para
‘entregar aos que estavam ali, para a sua observância, os decretos decididos
pelos apóstolos e anciãos, que estavam em Jerusalém’. A sujeição leal a esses
decretos resultou na bênção de Jeová. Assim, “as congregações continuavam
deveras a ser firmadas na fé e a aumentar em número, dia a dia”. — Atos
15:1 a 16:5.
O espírito correto, depois de se ter oferecido
sugestões, é contentar-se em deixar o assunto entregue para ser considerado com
oração pelos irmãos maduros que dirigem a obra na organização de Jeová. Mas, se
os que fazem as sugestões não se contentarem com isso e continuarem a discutir
o assunto nas congregações, visando conseguir o apoio de outros, qual será o
resultado? Isso criará divisões, e poderá subverter a fé de alguns. Por isso,
Paulo aconselha: ‘Fiquem de olho nos que causam divisões e motivos para tropeço
contra o ensino que aprenderam, e. . . evitem-nos.’ Paulo aconselhou
também Tito a “repreender os que contradizem”, acrescentando: “É preciso fechar
a boca de tais, visto que estes mesmos persistem em subverter famílias inteiras
por ensinarem coisas que não deviam . . . Por esta mesma causa
persiste em repreendê-los com severidade.” — Romanos 16:17, 18; Tito
1:9-13.
Nota-se
que é apropriado oferecer a classe do escravo sugestões para melhora de
assuntos doutrinais ou organizacionais, de modo que NENHUM MEMBRO DA
ORGANIZAÇÃO DE JEOVÁ esta impedido de fazer isso. No entanto, antes de assim
agir é próprio apresentar o assunto aos anciãos locais, pois talvez eles possam
ponderar sobre o que já tem sido feito naquele respeito. De qualquer forma, aquele
que agir com esse intuito precisará manifestar o espirito correto após remeter
as sugestões, que é contentar-se em deixar o assunto entregue para ser
considerado com oração pelos irmãos maduros que dirigem a obra na organização
de Jeová e não discutir o assunto nas congregações visando conseguir apoio de
outros. Sigamos os exemplos bíblicos:
“Ao viajarem pelas cidades,
transmitiam aos irmãos as decisões tomadas pelos apóstolos e pelos anciãos em
Jerusalém, para que obedecessem a esses decretos. Assim, as congregações eram
fortalecidas na fé e cresciam a cada dia.” – Atos 16:4,5.
* Fonte da imagem: https://www.jw.org/pt/publicacoes/livros/vontade-de-jeova/corpo-governante-testemunhas-jeova/