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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Reuniões Epeciais



Reuniões Epeciais

Em janeiro de 2015 teremos a visita de dois representantes da sede aqui no Brasil: o irmão Geoffrey Jackson, membro do Corpo Governante e John Wentworth. Por ocasião da visita haverá uma reunião especial em 25 de janeiro de 2015, o programa terá duração de três horas e será transmitido para todas as congregações no Brasil.




Além da visita do irmão Geoffrey Jackson em janeiro, estamos muito felizes que em março de 2015 receberemos a visita de um outro membro do Corpo Governante, o irmão David Splane. Em conexão com a visita do irmão Splane está agendada uma reunião especial para 22 de março de 2015! O programa desta reunião também será de três horas de duração e será transmitido a todas as congregações do país. 

Fotos: Betel Brasil; David Splane na Reunião Anual

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Destruição de Jerusalém - Quando?


Destruição de Jerusalém - Quando?



Como se chega a 607 A.E.C.?

     
Nas publicações das Testemunhas de Jeová se afirma que Jerusalém caiu diante dos babilônios no ano 607 A.E.C., enquanto os historiadores atuais costumam datar este acontecimento em 587 A.E.C. Alguns opositores acusam às Testemunhas por aceitar a data de 539 A.E.C. e rejeitar a de 587 A.E.C. Por que isto é assim?

Como se chega a 539 A.E.C.?

     Se pode chegar a data de 539 A.E.C. para a queda de Babilônia diante dos persas, não somente pelo cânon de Ptolomeu (uma lista de rei babilônios e persas escrita no século 2 E.C., cuja viabilidade falaremos depois), sendo também por outros meios. Entre estes, destaca uma tabuinha de argila babilônica denominada Strm Kambyses 400, com a seguinte informação astronômica correspondente ao ano sétimo de Cambises II, filho de Ciro II: "Ano 7, Tamuz, noite de 14, 1 2/3 horas duplas [três horas e vinte minutos] depois que veio a noite, um eclipse lunar visível em todo seu curso; chegou à metade norte do disco [da lua]. Tebet, noite do 14, duas horas duplas e média [cinco horas] na noite antes da manhã [na última parte da noite], o disco da lua se eclipsou; todo o curso visível; o eclipse chegou às partes norte e sul”. (Inschriften von Cambyses, König von Babylon, de J. N. Strassmaier, Leipzig, 1890, núm. 400, linhas 45-48; Sternkunde und Sterndienst in Babel, de F. X. Kugler, Münster, 1907, vol. 1, págs. 70, 71.) Aqui se fala de dois eclipses, dando suas datas segundo o calendário babilônico. Estas datas coincidem com dois eclipses que foram visíveis em Babilônia o 16 de julho de 523 A. E.C. e o 10 de janeiro de 522 A. E.C. (Cânon of Eclipses, de Oppolzer, tradução ao inglês de O. Gingerich, 1962, pág. 335.) Portanto, esta tábuinha parece indicar que o sétimo ano de Cambises II começou na primavera de 523 A. E.C.

     Como o sétimo ano de Cambises II começou na primavera de 523 A. E.C., seu primeiro ano de reinado foi o 529 A. E.C., e em seu ano de ascensão e último ano de Ciro II como rei de Babilônia foi o 530 A. E.C. (vale recordar que o período desde que um rei chegava ao trono até o fim desse ano se denominava em seu ano de ascensão, e o seguinte ano completo era seu primeiro ano).

     Assim, sabemos qual foi o último ano de reinado de Ciro em Babilônia. A última tabuinha datada do reinado de Ciro II é do dia vigésimo terceiro do mês quinto de seu nono ano. (Babylonian Chronology, 626 B.C.–A.D. 75, de R. Parker e W. Dubberstein, 1971, pág. 14.) Se o nono ano de Ciro II como rei de Babilônia foi o 530 A. E.C., segundo esta conta seu primeiro ano foi o 538 A.E.C., e em seu ano de ascensão, o 539 A.E.C.

     Há outros meios que apontam ao mesmo ano: o historiador Diodoro, bem como Africano e Eusébio, mostram que o primeiro ano de Ciro como rei de Pérsia correspondeu à LV Olimpíada, ano 1 (560 / 559 A.E.C.), enquanto o último ano de Ciro se coloca na LXII Olimpíada, ano 2 (531/530 A.E.C.). As tabuinhas cuneiformes dão a Ciro um reinado sobre Babilônia de nove anos, o que apoia no ano 539 como a data da conquista de Babilônia. (Handbook of Biblical Chronology, de Jack Finegan, 1964, págs. 112, 168-170; Babylonian Chronology, 626 B.C.–A.D. 75, pág. 14).

     A crônica de Nabonido estabelece no dia e no mês: 12 de outubro segundo o calendário juliano, 6 de outubro segundo o calendário gregoriano.

     Tanto os historiadores como as Testemunhas de Jeová calculam a data da destruição de Jerusalém a partir da data de 539 a. E.C.


Como se chega a 607 A.E.C.

     As Testemunhas de Jeová o calculam da seguinte maneira: Textos como Jeremias 25:8, 9, 11-14; 29:10-14; Daniel 9:1, 2; 2 Crônicas 36:19-23 e Zacarias 1:12; 7:5 indicam que decorreu um período de 70 anos literais desde a desolação de Jerusalém e Judá até sua restauração. Já que os judeus regressaram no segundo ano, o 537 A.E.C., 70 anos atrás nos leva a 607 a.E.C. É simplesmente assim!


Como se chega a 587 A.E.C.

 No entanto, a cronologia de Parker e Dubberstein, que é a que aceitam a maioria de historiadores desde meados do século XX, não presta atenção ao depoimento da Bíblia e realiza seu cálculo baseando-se principalmente no Cânon de Ptolomeu, e também numa tabuinha astronômica chamada "VAT 4956".

 O Cânon de Ptolomeu menciona cinco reis da dinastia neobabilônica que governou antes da conquista de Ciro: Nabopolassar (ao qual atribui-se-lhe 21 anos de reinado), Nabucodonosor (43 anos), Evil-Merodaque (2 anos), Neriglissar (4 anos) e Nabonido (17 anos).

 Contando para trás desde 539 A.E.C. chega-se à conclusão de que Nabucodonosor começou a reinar 66 anos antes, isto é, em 605 A.E.C. ( a tabuinha "VAT 4956" parece coincidir com essa data, pois localiza no ano trinta e sete do reinado de Nabucodonosor exatamente no mesmo ano que o faz o cânon de Ptolomeu). Já que textos como 2 Reis 25:8 e Jeremias 52:29 mostram que a desolação de Jerusalém sucedeu no ano décimo oitavo de Nabucodonosor (décimo nono se se contar  a partir de seu "ano de ascensão"), isto lhes leva à data de 587 A. E.C. (curiosamente, para isto sim aceitam o depoimento da Bíblia).


Como explicar a 'contradição'?

    Aos que não creem na infalibilidade da Bíblia, basta dizer que a cifra de 70 anos é um erro ou uma mentira. Alguns crentes tratam de explicá-lo dizendo que a cifra de 70 anos é simbólica, não literal, ou que não decorre entre a desolação de Judá e sua restauração, mas os textos citados acima não apoiam essas conjecturas. Portanto, a nós cristãos, nos vemos diante a escolha de crer em Parker e Dubberstein, que atribuem ao exílio uma duração de 50 anos, ou crer no Autor da Bíblia, que lhe atribui 70 anos.

    Para as Testemunhas de Jeová a opção é clara, e não há necessidade de ir além. No entanto, podem-se adicionar alguns comentários sobre a confiabilidade dos dados que contradizem o depoimento bíblico. Nenhum historiador pode negar a possibilidade de que o quadro atual da história babilônica possa ser enganoso ou estar equivocado. Sabe-se, por exemplo, que os sacerdotes e reis da antiguidade às vezes alteravam os registros segundo os fins que lhes conviam. Ou, ainda, se a evidência descoberta fora exata, pudesse ter sido mal interpretada pelos estudiosos modernos, ou estar incompleta, de maneira que a cronologia daquele período pudesse ser drasticamente alterada por material ainda não descoberto.

      Quanto ao cânon de Ptolomeu, do século 2 E.C., o professor E. R. Thiele escreve em seu livro The Mysterious Numbers of the Hebrew Kings:


"O cânon de Ptolomeu se prepara principalmente com propósitos astronômicos, não históricos. Não dava a entender que apresentava uma lista completa de todos os governantes, seja de Babilônia ou da Pérsia, nem no mês ou dia exato do princípio de seus reinados, senão que era um recurso que fazia possível colocar corretamente num extenso arranjo cronológico certos dados astronômicos que então estavam disponíveis. Os reis cujos reinados duraram menos de um ano e dos que não atingiram no dia de Ano Novo, não foram mencionados."
    
     É importante ter em conta que o cânon não se escreveu como um registro histórico, senão astronômico: Ptolomeu usou os reinados de antigos reis (segundo ele os conhecia uns sete séculos depois) simplesmente como um marco no qual colocar a informação astronômica. Por isso, não se pode ter a segurança de que estivesse correto ao atribuir certo número de anos a vários reis. De fato, enquanto Ptolomeu credencia a Evil-Merodaque apenas dois anos de governo, Polyhistor lhe atribui doze anos, por exemplo. Ademais, não é possível estar seguro de que tenham reinado só cinco reis durante este período. Por exemplo, em Borsipa foram encontrados vários nomes de reis babilônios que não aparecem em nenhuma outra parte.

      Quanto à tabuinha "VAT 4956", o texto não é um original, senão uma cópia de outro texto anterior, e contém numerosos espaços em branco. Atualmente nem sequer se entendem alguns dos termos que se encontram nela. No texto aparece duas vezes a anotação hi-bi (que significa, "rompido, impreciso"). Desta maneira o escriba reconheceu que estava trabalhando com uma cópia defeituosa. Isto supõe que sua confiabilidade é ao menos duvidosa. Mas ainda supondo que a informação astronômica apresentasse um quadro veraz do original, isto não estabeleceria a veracidade da informação histórica. Igual ao cânon de Ptolomeu, simplesmente usava os reinados de antigos reis, segundo a cronologia que se aceitava em seu tempo, como um marco para colocar a informação astronômica. De maneira que o copista da "VAT 4956" pôde simplesmente inserir no ‘ano trinta e sete de Nabucodonosor’ segundo a fonte de informação que utilizasse. Os eruditos alemães Neugebauer e Weidner (que são quem traduziram o texto), reconhecem que o escriba evidentemente mudou palavras para adaptá-las à terminologia abreviada em uso em seu dia; mas foi um tanto inconsistente como inexato. Da mesma maneira facilmente pôde ter inserido outra informação que se adaptasse a seus propósitos, de maneira que cabe a possibilidade de que tanto o cânon de Ptolomeu como a "VAT 4956" tenham derivado de uma mesma fonte básica e compartilhem erros mútuos.

     Em oposição ao cânon de Ptolomeu e à "VAT 4956" se erguem os depoimentos unânimes de Jeremias, Zacarias, Daniel e o escritor de 2 Crônicas, de que Judá e Jerusalém jazeram desoladas por setenta anos. As Testemunhas de Jeová preferem dar crédito a estes últimos.


Nota:

O professor Rolf Furuli, de Oslo, acaba de publicar o primeiro de dois livros que nos faz uma revisão exaustiva dos documentos antigos para corroborar a data de 607 A.E.C. como a da destruição de Jerusalém.



                                 http://folk.uio.no/rolffu/Chronlgy.htm
                                 http://jehovahsjudgment.co.uk/607/default.html