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quarta-feira, 26 de junho de 2013

RUSSEL E AS PIRÂMIDES DO EGITO

RUSSEL E A GRANDE PIRÂMIDE

Charles Taze Russell fez em seus escritos algumas referências à Grande Pirâmide de Egito como corroboração de profecias da Bíblia. Ainda que não considerasse que este fosse um ensino fundamental que os Estudantes da Bíblia tivessem que aceitar, ele cria que Jeová dirigiu a construção dessa pirâmide e que suas passagens correspondiam com vários trechos do plano divino revelado na Bíblia. Muitos opositores se têm utilizado nesse uso da pirâmide e - seja por ignorância ou por má fé - muito se tem deturpado  sobre o que Russell apresentou. 



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Vejamos algumas afirmações que oferecem uma visão distorcida de Russell, e qual é a realidade.




"Russell introduziu o ocultismo em sua religião ao ensinar que as pirâmides de Egito são augúrios divinos." 


Quanto à acusação de que Russell introduziu o ocultismo em sua "religião", há que ter em conta que a palavra ocultismo costuma referir-se a ensinos religiosos secretos que não é permitido revelar a ninguém que não tenha sido iniciado no círculo de certa religião, e se relaciona com bruxaria, astrologia, espiritismo, pranchetas ouija, etc. Negamos enfaticamente que o estudo de Russell sobre a Grande Pirâmide e sua suposta conexão com a Bíblia tenha algo que ver com o ocultismo. Além de que seus ensinos não eram em absoluto secretos, Russell advertiu constantemente aos cristãos que não deviam ter nada que ver com o ocultismo. Por exemplo, no número de 15 de abril de 1909 de A Sentinela (Zion's Watch Tower), na página 123, escreveu

"Resistam ao diabo e ele fugirá de vocês' é uma declaração do Senhor. Isto implica que se sofrerá o ataque do Adversário. Isto implica que devemos resistí-lo e que podemos resistí-lo, e que ao final ele fugirá de nós, não devido a arrogância ou a poder por nossa parte, senão porque, como disse nosso Mestre: "Ele não tem poder sobre mim"; de maneira que se se dá conta de que é inútil continuar seus ataques, provavelmente fugirá também de nós a outros campos de serviço. Recordamos a todos nossos leitores que quem quer que se ponha sob a influência do espiritismo, a Ciência Cristã, o hipnotismo ou qualquer outra forma de ocultismo está com isso pondo-se em perigo a si mesmo, não só no momento presente, senão também para o futuro, pois os espíritos malvados que operam através destes diversos canais pretendem, alguns de uma maneira e alguns de outra, enganar, desconcertar, confundir a razão e pôr em sujeição as mentes daqueles com quem têm relação. Por tanto, a qualquer do povo do Senhor que tenha tido relação estreita em algum momento com qualquer destes, se lhe adverte de forma especial de sua propensão a receber a intrusão de tais espíritos. Recordamos a todos que o canal especial através do qual tiveram um particular sucesso é a curiosidade humana. Exortamos a todos os membros do povo do Senhor a que restrinjam sua curiosidade e confiem na Palavra do Senhor e não tenham relação de nenhum tipo com qualquer destes sistemas ocultistas."

Russell não ensinou que as pirâmides de Egito sejam agouros divinos. Em primeiro lugar, o interesse de Russell se centrava numa só pirâmide: a Grande Pirâmide (ou Pirâmide de Queops). Por outro lado, em nenhum lugar faz Russell referência à Grande Pirâmide como algum tipo de augúrio divino, ainda que sim afirmou que a Grande Pirâmide continha corroborações de profecias encontradas originalmente na Bíblia. 

"Russell obteve a data de 1914 originalmente das medidas da pirâmide" 

Esta afirmação não é correta. A data de 1914 se obteve a partir de cálculos de profecias bíblicas (sete tempos) relacionadas com o tempo e a partir de paralelismos. A data não se obteve originalmente de medidas dos corredores da pirâmide; entretanto, Russell cria que algumas destas medidas corroboravam os cálculos já obtidos da própria Bíblia. 

"Russell mudou as medidas da pirâmide depois de 1914" 
Esta acusação se baseia no seguinte:

Na edição de 1897 de 'Venha  o teu Reino' (o volume 3 da série "Aurora do Milênio"), na página 342, dizia: 

"...esta medida é de 3416 polegadas, que simbolizam 3416 anos. (...) Este cálculo mostra no ano 1874 d.C. como marcando o princípio do período de angústia...". 

Em mudança, na edição de 1916 do mesmo livro (bem como a de 1923) diz: 
"Encontramos que são 3457 polegadas, simbolizando 3457 anos. (...) Este cálculo mostra que o fim de 1914 será o princípio do período de angústia...". 
Alguns opositores se enganam dizendo que a pirâmide de Russell cresceu 41 polegadas em 19 anos. O que os opositores querem dar a entender com isto é que se mudou o texto do livro quando passou 1914 e não se cumpriram as previsões de Russell. Em definitivo, acusam-lhe de falsear as cifras. Qual é a realidade?

A realidade é que esta mudança no texto do livro não se fez depois de 1914, senão desde a edição de 1905 em adiante. Inclusive na A Sentinela de 15 de setembro de 1909 se deu a seguinte explicação, página 342, parágrafos 17, 18: 


"3416 polegadas mudadas a 3457 polegadas para concordar com medições posteriores mais exatas, o que parece assinalar a 1915. As cifras anteriores eram medidas tomadas sobre o papel, a partir da ilustração de Piazzi Smith, supostamente realizada a escala, mas que resultou ser inexata." . 
De maneira que a mudança não se realizou depois de 1914, senão em vários anos antes. Ademais, se Russell tivesse querido falsear as cifras, lhe teria resultado mais conveniente assinalar ao ano 1914 e não a 1915, ou inclusive deixar o texto como estava, pois também concordava com seu entendimento da cronologia bíblica.

Posteriormente, ao realizar-se medições diretamente na pirâmide em vez de através de um desenho a escala, revelou-se que nenhuma das medidas era exata, e que não assinalavam a nenhuma data bíblica. Na atualidade, as Testemunhas de Jeová não creem que a Grande Pirâmide tenha alguma relação com as Sagradas Escrituras.